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Quando a Terra girava sem o Coronavírus

  • Foto do escritor: Nathália
    Nathália
  • 11 de mai. de 2022
  • 2 min de leitura

(texto criado no dia 27 de maio de 2020)


Hoje era para presenciar um lançamento cronometrado de uma nave na NASA. Foi adiado. E foi insano sentir inveja de duas pessoas que estavam prestes a enfrentar algo que poucos seres humanos puderam vivenciar ou podem experimentar: sair do planeta. Somos terráqueos e, como nenhum outro animal conhecido, estamos agindo como aquilo que agora nos mata: vírus. Afinal, que animal seria burro de matar seu próprio hospedeiro?


Mas a verdade é que esses humanos estavam indo para um local que costumava ser a nossa realidade, quando a Terra girava sem o Coronavírus e ações para expressar amor e carinho ainda eram medidas para salvar vidas e não o contrário. Essa distância do planeta deve dar toda uma perspectiva. Também fico pensando que não deve ser fácil deixar tudo, literalmente, para trás. Família, amigos, vida e até aquele livro favorito. Há televisão ou outro meio de comunicação na Estação Espacial Internacional?


Mas há um alivio em entrar em uma nave com outros poucos, e muito envolvidos, seres humanos. Pessoas que não negam vacinas, que o planeta é redondo, gira e que a Ciência está acima de tudo. Deve dar um alivio especial saber que não precisa lavar as mãos cada vez que toca em algo que não seja seu próprio corpo recém-saído do banho. Eu deveria ter feito engenharia espacial...




Mas deve ter algo de muito revelador ver a imagem do planeta, sua casa, se afastando em uma velocidade assustadoramente rápida e saber que, um cálculo errado e: BUM! É voltar a ser pó junto com o pó das estrelas. Quão poético isso é? E quão maluco é imaginar que você nunca mais voltará, nem mesmo para sentir a terra sobre seus pés.


A quarentena tem sido uma experiência única de teletransporte para outra dimensão, mas com a mesma propulsão de um foguete e com combustível para percorrer a órbita da Terra umas centenas de vezes. Tenho vivido sozinha, sem saber o que fazer, em um espaço reduzido e com recursos certeiros para sobrevivência, com um capricho ali outro aqui, codinome para "doce de leite".


O Espaço pode ser assustador, não estamos sozinhos e a volta para casa pode ser assustadora, mas é uma das coisas que mais nos motiva a sair e se aventurar. E tem sido uma aventura e tanto, não vejo a hora de retornar.




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Nathália

Jornalista, nascida em 1994 e apaixonada por História. Minha missão é fazer com que você conheça alguma mulher incrível todos os dias. Bora?

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