ansiedade, solidão e depressão

Eu gosto de registrar tudo que vivo, seja bom ou ruim. E eu não posso dizer que o que sinto hoje é bom. E ok. Minha ansiedade nos últimos anos parece estar se alimentando de uma versão minha que eu amava, mas não existe mais. Não sei se voltará, não sei o que vai acontecer quando ele acabar de vez. O que eu sei é que eu tenho andado mais do que cansada, mais do que exausta. O que eu sinto neste exato momento, não tem nome.

Angústia, medo, agonia. Não existir seria a resolução perfeita - mas está fora de cogitação. A ansiedade bate quando tenho medo do que o futuro reserva e por ver que os meus planos estão ruindo ou podem ruir com uma facilidade absurda - e que eu quase nunca tenho controle. Mas só piora quando penso nas pessoas que vou decepcionar e frustrar. Eu sei que eu tinha um potencial enorme, e no final... ou pelo menos, no meio, eu só mergulhei muito fundo em algo que não me permitiu nadar até a superfície de volta para pegar fôlego. Eu me afoguei.

A depressão me ataca quando me amarra tão forte na cama que eu mal consigo levantar para fazer coisas simples. Tudo dói. Não é fácil dormir, não é fácil desligar. Eu não consigo. E aí vem as memórias de quem eu era e do que era possível fazer com o tempo que tinha. Eu me sinto fraca, fracassada e extremamente frustrada. O problema é que não tenho forças para me reerguer, mas ainda me preocupo com a saúde e bem estar dos que amo ou daqueles que, por algum motivo, mantenho carinho.

E eu, que sempre cuido dos outros, mais uma vez, sou obrigada a recolher meus caquinhos e colar, um por um, novamente, para poder seguir. Minhas mãos, já feridas das outras vezes que precisei juntar cacos, tem feridas reabertas e eu volto a sangrar enquanto tento me recolher. Não é fácil. Nunca foi. Mas é como eu sempre digo: eu sempre fico bem. De um jeito ou de outro.

Até quando?