o real amor que só conheci depois dos 20 e poucos anos
- Nathália

- 11 de mai. de 2022
- 3 min de leitura
O amor sempre foi algo que esteve presente na minha vida. De inúmeras maneiras. Algumas experiências promissoras, outras tragédias anunciadas e ainda existiram aquelas experiências que só aconteceram na minha cabeça. Me apaixonei pela primeira vez aos quatro anos. Ele tinha feito cinco poucos meses antes de eu entrar na escola. Não deu certo. Me lembro do nome e do período que dediquei meus pensamentos a todos, mas não guardo como algo saudosista, costumo dar risada de um momento em que tudo parecida tão real, concreto e eterno.
Eterno. Essa palavra costumava me dar calafrios e, vira e mexe, ainda o sinto na espinha.
Demorei muito tempo para me perceber como pessoa que sou, com a personalidade, corpo e ambições que tenho. Demorei muito para me permitir ser a pessoa que gostaria de ser e de mostrar ao mundo. Por muito tempo me fechei, com medo e receio da rejeição (quase que inevitável). Posso considerar, olhando com meus olhos atuais que "perdi" muita coisa, muita experiência, mas me conhecendo: não poderia ter feito de outra maneira.
O ano de 2015 foi intenso, com muitos altos e baixos, na virada do ano prometi a mim mesma que faria de 2016 o meu ano. E foi. No auge da autoestima, terminando a faculdade, saindo todo final de semana, conhecendo lugares e pessoas até que... conheci um alguém que foi entrando de mansinho, pelas beiradas e como quem não quer nada, conseguiu algo que não queria ter dado de mão beijada: minha atenção.
Foi difícil acreditar que eu estava sentindo tudo aquilo, tudo que eu tinha deixado adormecido por alguns anos desde então. E era ainda mais difícil acreditar que havia reciprocidade e não era loucura da minha cabeça. Veja bem, cresci em um lar com pais que, depois de 40 anos juntos, continuavam casados e que são extremamente apaixonados. Minha mãe sempre foi muito sincera e prática com o amor, meu pai idem. Eu não poderia ser diferente.
Quando percebi que aquilo estava tomando proporções complicadas, tive que tomar uma das decisões que mais gosto de tomar: resolver problemas que não são problemas. Ele poderia falar que queria ficar comigo, poderia falar que não. Poderia falar mil coisas, mas não era de fato um problema. Rejeição está aí e a gente supera, mas qual foi a minha surpresa quando ele me deu uma resposta ainda mais complicada que a pergunta: estou apaixonado, mas não sei se te amo.
Ora, sou prática e sincera. Isso, na minha cabeça naquela época não fazia NENHUM sentido, mas hoje eu entendo. A paixão meio que vai, aquela angústia toda, aquela coisa que te consome dá lugar a algo que só o amor é capaz de fazer: serenidade, tranquilidade e confiança. Demorei um tempo para entender e o melhor é que aprendi ao lado dele. Aos 22 anos eu tive o melhor dos meus anos: terminei minha faculdade dos sonhos, curti a "juventude" e me apaixonei.
Posso dizer que esse amor é a maior aventura que tenho vivido nos últimos anos. Tinha me esquecido como pode ser radical e bem maluco se apaixonar e, pela primeira vez, querer assumir isso para todo o mundo. Assumir até mesmo para os meus avós e pais!
Hoje, passados quase quatro anos, vejo que a maturidade traz uma coisa que a juventude não é capaz de entender e absorver, e olha que nem completei meus 26 anos. Ainda não sei muito da vida, mas sei muito sobre a melhor experiência romântica que poderia viver. Entre altos e baixos, como todo relacionamento, é fundamental perceber o quanto eu mudei e melhorei. Como aprendi a me desculpar, a me deixar cuidar e a perceber que as diferenças são realmente incríveis e como podem agregar em um relacionamento a dois.
Minha vontade de ter família, uma casa com dois ou três filhos, gatos e cachorros voltou! A minha essência pode retornar de vez, é como se estivesse adormecida por muito tempo, como se aqueles fogos de artifício anunciando a chegada de 2016 estivessem anunciando o ano novo, um amor novo e uma pessoa que já não voltava para a superfície a anos. Pode parecer clichê, mas o amor me salvou e segue me salvando até hoje.









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